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Cuiaba - MT / 23 de novembro de 2024 - 3:42

Adultos com TDAH têm risco maior de desenvolver demência, conclui estudo

Adultos diagnosticados com TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) têm quase três vezes mais chances de desenvolver demência do que aqueles que não vivem com essa condição. A conclusão é de um estudo conduzido na Universidade Rutgers (EUA), cujos resultados foram publicados nesta terça-feira (17) no Jama Open Network, jornal da Associação Médica Americana.

 

Os pesquisadores acompanharam 109,2 mil membros de uma organização israelense de saúde sem fins lucrativos, nascidos entre 1933 e 1952 e ingressando na coorte em 2003. Nenhum dos participantes tinha TDAH ou demência no início do estudo.

 

Eles foram acompanhados por 17 anos, com idades iniciais entre 51 e 70 anos. A análise dos dados ocorreu de dezembro de 2022 a agosto de 2023. O desenho do estudo permitiu observar o desenvolvimento de condições ao longo do tempo e controlar fatores de confusão.

 

A exclusão de participantes com diagnóstico prévio de TDAH ou demência focou na relação entre o TDAH em adultos e o risco de demência. O grande tamanho da amostra aumentou a robustez dos resultados e sua aplicabilidade à população em geral.

 

A descoberta de que o TDAH em adultos está associado a um maior risco de demência é consistente com a maioria dos estudos epidemiológicos anteriores, mas não com todos.

 

O trabalho publicado hoje sugere que o TDAH em adultos pode estar relacionado a mudanças patológicas (anormais) no cérebro.

 

Essas alterações cerebrais podem afetar a capacidade do indivíduo de compensar os efeitos do envelhecimento, incluindo processos neurodegenerativos (como a perda de células cerebrais) e cerebrovasculares (problemas nos vasos sanguíneos do cérebro).

 

Dessa forma, indivíduos com TDAH podem ter uma redução da capacidade que o cérebro tem para lidar com danos ou com o declínio cognitivo.

 

O estudo ainda sugere um caminho de mão dupla entre o TDAH e a demência, o que significa que um pode influenciar o outro. Por exemplo, o TDAH pode aumentar o risco de demência, mas a demência também pode afetar a expressão ou o curso do TDAH.

 

Os cientistas identificaram que adultos com TDAH tratados com medicamentos psicoestimulantes não tinham um risco maior de demência, quando comparados aos que não usavam remédios.

 

No entanto, eles consideram que mais estudos sobre isso precisam ser realizados, com objetivo de entender se os estimulantes modificam a trajetória do comprometimento cognitivo.

 

“Descobrir se adultos com TDAH têm um risco maior de demência e se medicamentos e/ou mudanças no estilo de vida podem afetar os riscos pode ser usado para informar melhor cuidadores e médicos”, afirma o pesquisador Michal Schnaider Beeri, coautor do estudo.

TDAH

O Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento ressalta que “embora o TDAH seja considerado um transtorno que afeta crianças e sempre tem início na infância, algumas vezes ele pode não ser reconhecido até a adolescência ou idade adulta. As diferenças neurológicas continuam na idade adulta e cerca de metade das pessoas continuam a ter sintomas comportamentais na idade adulta”.

 

Os sintomas em adultos incluem:

 

• Dificuldade de concentração;

 

• dificuldade para completar tarefas (habilidades executivas ruins);

 

• inquietação;

 

• oscilações do humor;

 

• impaciência;

 

• dificuldade em manter relacionamentos.

 

“O TDAH não tem uma causa única específica, mas fatores genéticos (hereditários) estão com frequência presentes. Pesquisas indicam ser provável que o TDAH envolva anomalias dos neurotransmissores (substâncias que transmitem impulsos nervosos no cérebro). Alguns fatores de risco incluem baixo peso ao nascimento (abaixo de 1.500 g), traumatismo craniano, infecção cerebral, deficiência de ferro, apneia obstrutiva do sono e exposição a chumbo, assim como exposição a álcool, tabaco ou cocaína antes do nascimento. O TDAH também está associado a eventos traumáticos durante a infância, por exemplo, violência, abuso ou negligência”, acrescenta o guia médico.

 

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FONTE : R7.com

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