As donas de uma creche particular em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, foram indiciadas pela morte do bebê Vicente Camargo, de 5 meses, em abril deste ano. Na época, o atestado de óbito apontou traumatismo craniano por instrumento contundente, como causa da morte.
Segundo a Polícia Civil, as proprietárias foram indiciadas por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, depois que uma delas confessou que a lesão na cabeça da criança foi causada depois de bater, sem querer, na quina de uma mesa de mármore da creche. As investigações apontaram que a criança bateu a cabeça na quina do móvel quando estava no colo de uma das donas do local.
Nas redes sociais, a creche afirmou que não houve queda do bebê e que ele bateu a cabeça durante um momento de socorro após ele, supostamente, ter se afogado. O laudo, no entanto, descartou a possibilidade de afogamento.
“A testa do bebê foi batida na hora do socorro, na hora do desespero tentando desafoga-lo. Achávamos que ele estava afogado. Isso foi um acidente”, diz em trecho da manifestação.
Ainda de acordo com a polícia, o bebê foi levado à unidade de saúde pela dona da creche e deu entrada na emergência com parada cardiorrespiratória e em estado cianótico, quando a vítima apresenta cor azulada na pele pela falta de oxigênio no sangue. A vítima não resistiu e morreu no mesmo dia.
A gestora da creche também foi indiciada por omissão em garantir espaços com proteção para proteger as crianças e por negligência no atendimento à criança.
Relembre o caso
Em abril, o bebê Vicente Camargo, morreu em um berçário no Bairro Marajoara, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá.
Segundo a família, a mãe do bebê teria mandado mensagem por volta das 14h, na quarta-feira (17), perguntando sobre o filho, mas não obteve resposta. Às 16h, um profissional do berçário ligou para a mãe e disse que estava levando o bebê às pressas ao hospital, pois a criança não estava bem. Segundo uma prima, o bebê teria chegado no hospital já sem vida.
De acordo com o Conselho Municipal de Educação de Várzea Grande, a creche particular não estava autorizada a funcionar e tinha uma denúncia de maus-tratos.
Um outro documento do conselho que foi entregue ao Conselho Tutelar e ao Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), cita um caso de maus-tratos na creche contra uma criança de 2 anos, que ocorreu em janeiro deste ano. A denúncia teria sido feita pela mãe, tia e avó da criança.
Fonte: G1