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Cuiaba - MT / 11 de janeiro de 2025 - 0:57

Pai de piloto desaparecido clama por respostas: Eu só quero encontrar meu filho vivo

KARINE ARRUDA

DO REPÓRTEMT

Cerca de 20 dias já se passaram desde que o piloto Raphael Alvarez Fonseca, de 38 anos, não deu mais notícias aos familiares e desapareceu após um voo a trabalho com destino ao Mato Grosso. Raphael, que é experiente em aviação e atua no ramo há mais de 20 anos, teria aceitado um trabalho para pilotar uma aeronave com destino a Barra do Garças (a 511 km de Cuiabá), mas, ao que indica a Polícia Civil, ele não chegou a pousar em solo mato-grossense.

“Meu filho é um piloto experiente, já atuou em várias áreas. Ele tem 20 anos de trabalho, já passou pela aviação comercial, executiva, agrícola, acrobacia aérea, publicidade de faixas em praias e helicóptero”, contou o pai do piloto.

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Em entrevista ao , o pai do rapaz, Genildo Fonseca, contou que está no escuro, sem saber o paradeiro do filho. Até o momento, a única informação repassada pelas autoridades policiais é de que Raphael não teria pisado em Mato Grosso. Preocupado com o sumiço repentino do piloto, Genildo cobra por mais celeridade nas investigações, clamando para que haja alguma resposta que traga o filho, com vida, de volta.

“Agora, a gente conta com as dificuldades da burocracia brasileira. Eu tô absolutamente no escuro ainda, é só angústia, vazio e desespero. Eu só quero o meu filho de volta”, pediu.

Conforme relatado por Genildo à reportagem, o filho teria saído de São Paulo para fazer um trabalho na Amazônia (AM) e de lá retornaria para o estado paulista, onde mora, a tempo de passar o Natal com a família. Contudo, no meio do percurso, Raphael chegou a informar ao pai de que recebeu outra proposta de trabalho e faria um voo rápido para o Mato Grosso e, mesmo assim, retornaria até o dia 20 de dezembro para celebrar a data com os familiares.

“Em novembro, ele viajou para a Amazônia para aviação executiva e voltaria dia 9 de dezembro para São Paulo. Porém, antes de retornar para São Paulo, ele me ligou e disse que tinha mudado o roteiro, não voltaria mais no dia 9 para aproveitar um serviço que havia ‘pintado’ para ele em Barra do Garças, onde pilotaria um helicóptero Agusta”, disse.

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Com isso, Raphael pediu ao pai o nome de alguma agência de viagem com quem ele pudesse comprar uma passagem até Goiânia (GO): “Definitivamente, ele viajou no dia 11 de dezembro de Manaus (AM) para Goiânia, fazendo parada no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro”, relatou.

Segundo o pai do piloto, o rapaz deixou o hotel onde estava hospedado no dia 12 de dezembro em Goiânia, mas não deu mais informações desde a última conversa: “Eu liguei no hotel dele, liguei na rodoviária para saber se ele havia pego um ônibus até Barra do Garças, mas eles não dão informações de passageiros. Eu tentei ver nos aeroportos, mas não consegui informação”.

Com o desespero de não ter notícias do filho, Genildo conseguiu contatar o homem que havia comprado a passagem para Raphael, que disse ao senhor que o piloto ligaria para ele por vídeo chamada.

“Ele realmente me ligou por vídeo-chamada no dia 16 de dezembro às 16h, ele estava sozinho em uma área rural. Na ligação, ele disse que estava bem, tranquilo e estava voando. Pediu para eu não me preocupar porque ele estaria em São Paulo no dia 20”, contou.

No dia seguinte, depois de falar com o pai, Raphael ainda entrou em contato com a ex-esposa. Na mensagem, a mulher questiona se ele ficaria sem sinal novamente, momento em que ele responde que não dava para conversar pois estava pilotando.

Reprodução

conversa entre piloto e ex-esposa

 

Passados alguns dias e sem nenhuma notícia do filho, Genildo tentou retomar o contato no telefone que o piloto havia ligado há dias atrás, porém não conseguiu falar com Raphael. Com isso, ele percebeu que o número de telefone usado pelo filho tinha prefixo internacional, proveniente da Bolívia.

“Quando eu percebi que o prefixo desse telefone não era dele, era um prefixo 591 da Bolívia, eu fiquei preocupado. Eu liguei para lá e o telefone não atendeu mais. A partir do dia 18, eu fiquei sem nenhum contato. Até o telefone que ele havia usado em Manaus não estava atendendo mais”, relatou.

A partir de então, Genildo procurou o consulado da Bolívia, que chegou a fazer buscas para tentar encontrar o rapaz, mas não conseguiu localizá-lo. Com isso, o pai abriu um boletim de ocorrência na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo, que investiga o desaparecimento do piloto com o auxílio da Polícia Civil de Mato Grosso (PJC-MT). Além disso, Genildo chegou a procurar a Polícia Federal e alguns órgãos brasileiros de aviação para tentar localizar o filho.

“Eu pedi para fazerem uma investigação sobre esse rapaz que comprou a passagem para ele, mas também não tive retorno disso ainda”, afirmou Genildo.

Neste momento, a preocupação do pai é de que o filho tenha sido vítima de algum tipo de sequestro, extorsão ou até mesmo do narcotráfico pelo fato dele ser um piloto experiente.

“Se o Raphael pudesse, ele teria ligado para mim. Então, ele deve estar impedido ou impossibilitado de ligar. A gente não sabe se ele está na mão do narcotráfico, mas eu espero que ele apareça vivo, saudável e sem nenhuma lesão de imagem”, suspeita o pai.

FONTE : ReporterMT

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