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Cuiaba - MT / 18 de janeiro de 2025 - 23:03

Dorival Júnior tem de ficar atento às suas escolhas

Vários jogadores brasileiros que são destaques na Europa atuam nos seus clubes em posições e funções diferentes das que executam na seleção.

No Barcelona, Raphinha brilha atuando como um atacante pela esquerda que se desloca com frequência para o centro formando dupla com o centroavante. Assim faz e dá muitos passes para gols. Na seleção, ele é um meia centralizado entre o meio-campo e o ataque.

O Barcelona, com um trio de excelentes meio-campistas, goleou novamente o Real Madrid. Os três marcam, trocam passes e se aproximam dos três do ataque (Raphinha, Lewandowski e Lamine Yamal). O time de Madri, com apenas dois jogadores no meio-campo e quatro no ataque, foi envolvido com facilidade.

Contra equipes claramente inferiores, como o Celta, o Real funciona bem com apenas dois no meio e quatro atacantes. A mesma situação vive a seleção brasileira. Os dois belos gols feitos por Endrick contra o Celta reacendem a esperança de que ele possa ser o centroavante tão esperado na seleção na próxima Copa.

Bruno Guimarães brilha no Newcastle jogando de uma intermediária à outra. A equipe inglesa joga com um meio-campista centralizado e mais um de cada lado, os brasileiros Bruno e Joelinton, que marcam, constroem e avançam. São volantes e meias, como deve ser no futebol moderno. Na seleção, Bruno é um volante recuado, próximo de Gerson e dos defensores e bastante distante dos quatro da frente.

Não dá mais para dividir o meio-campo com um primeiro volante (camisa 5), um segundo volante (camisa 8) e um meia de ligação (camisa 10), como ainda é o habitual no futebol brasileiro.

Nos times que jogam com apenas dois no meio-campo, é essencial a recomposição dos atacantes pelos lados para ajudar na marcação. É muito melhor para a seleção brasileira ter um terceiro meio-campista do que exigir o recuo de Vinicius Junior pela esquerda. Em vez de recuar, ele precisa estar na frente para os contra-ataques.

Paquetá, como já tinha feito outras vezes, atuou muito bem no último jogo pelo Aston Villa na posição de centroavante. Ele, com seus toques finos e inteligentes, facilitava as jogadas coletivas do ataque. Poderia ser uma opção para a seleção, que carece de um excelente centroavante. Atuei nesta função atuei pela seleção na Copa de 70, entre Pelé e Jairzinho. No Cruzeiro, eu era um meia-atacante.

Savinho, convocado para a ponta direita na seleção, tem jogado de maneira melhor pela esquerda no Manchester City. Ele e Raphinha são bons pelos dois lados.

Isso não significa que Dorival Júnior tenha que escalar sempre os jogadores nas mesmas posições em que brilham em seus clubes. Porém ele tem de ficar atento às suas escolhas.

Enquanto os campeonatos europeus vivem momentos decisivos, começam no Brasil as várias competições. O calendário continua péssimo e desumano, com excesso de jogos. Os jogadores, em vez de treinar pelo menos umas duas semanas após as férias de 30 dias, treinam jogando pelos estaduais e nos amistosos nos Estados Unidos. Neste ano o calendário será ainda pior por causa do Mundial de clubes no meio do ano, além dos jogos classificatórios da seleção para a Copa do Mundo.

A desorganização e a incompetência no futebol brasileiro são pragas que assolam o país.


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noticia por : UOL

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