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Cuiaba - MT / 7 de fevereiro de 2025 - 2:20

Alta no cafezinho tem ritmo mais lento nos reajustes

Nesse jogo de aceleração dos preços do café, o cafezinho da padaria é o que ainda terá alta mais acentuada nos próximos meses, uma vez que ele sempre vem com uma defasagem maior nos reajustes.

Que o café sobe e se constitui em uma das principais altas na alimentação não é novidade para o consumidor, em vista do que vem ocorrendo com produção e consumo.

Os aumentos estão mais salgados no campo, onde a saca de café arábica acumula alta de 135% nos últimos 12 meses. O café em pó subiu 52% nos supermercados nesse mesmo período, e o cafezinho ficou 15,4% mais caro nas padarias e bares.

No início de 2024, quando a saca de café apresentava uma queda de 2% no acumulado de 12 meses e o café em pó tinha deflação de 9,6%, o cafezinho ainda se recompunha da alta dos preços provocada por geada e seca nos cafezais brasileiros, e subia 5,8% no acumulado de 12 meses.

Neste início de ano, enquanto a saca no campo e o café em pó no supermercado refletem mais rapidamente o movimento de mercado, o cafezinho está com elevação em ritmo bem menor.

O café vive um período de fortes altas e baixas nos últimos anos. Em 2019, os preços do café em pó caíram 8% no varejo, mas voltaram a subir nos três anos seguintes, acumulando 89% de 2019 a 2022.

Em 2023, a bebida volta a cair, ficando 9,1% mais barato no acumulado do ano, mas os preços subiram 43% no ano passado. Com isso, de 2019 a janeiro de 2024, entre baixas e altas, o café em pó acumula elevação de 148% para os consumidores. A alta continua neste início de ano, e os preços acumulam reajuste de 52% nos últimos 12 meses até janeiro.

Os números do campo são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), e os do varejo são da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

Os dados mais recentes do café não aliviam a situação para o consumidor. A produção mundial acumulada superou 1 bilhão de sacas nas últimas seis safras, mas o consumo vem obtendo evoluções anuais em ritmo maior. Foram consumidos 991 milhões de sacas nesse período.

Pelos dados do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os estoques médios mundiais de café recuaram 33,4% nas últimas três safras, em relação às três imediatamente anteriores. Em 2025, eles são de apenas 20,9 milhões de sacas, bem abaixo dos 37,5 milhões de 2021.

E as notícias que vêm pela frente não são boas. O Brasil, que alimenta a maior parte do mercado de café no mundo, terá uma produção de apenas 51,8 milhões de sacas neste ano, 4,4% a menos do que em 2024, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

A maior queda ocorre no café arábica, bebida que o país tem a liderança mundial. O recuo será de 12,4%. Já a produção brasileira de café conilon se recupera e sobe 17%. O Vietnã domina esse segmento de café.

Com a queda na produção de café conilon no Vietnã e no Brasil, a participação desse tipo de café no mercado mundial recuou para 32% na safra 2024/25. Era de 36,4% no período 2021/22.


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noticia por : UOL

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