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Cuiaba - MT / 23 de janeiro de 2025 - 19:20

Ao fazer acordo com Hamas, Israel capitulou às demandas dos terroristas

Após intensas negociações de mais de sete meses, finalmente serão libertados os jovens Fulano, Sicrano e Beltrano (nomes fictícios) que foram sequestrados e mantidos reféns por nove longos meses durante os quais sequer se sabia se estavam vivos ou não. Os três voltavam de um show de música quando foram raptados.

Os sequestradores dos três jovens pertencem a uma imensa gangue que rouba, assassina e vende proteção no litoral paulista. As negociações envolveram extorsão e levaram à capitulação da polícia, após todas as tentativas de encontrar os reféns terem falhado.

O acordo para libertar Fulano, Sicrano e Beltrano só foi obtido com a promessa de libertação de 173 membros da gangue, entre os quais 27 condenados à pena máxima por assassinatos múltiplos ou estupros. A decisão de libertar tal número de bandidos dividiu a sociedade; uns estavam convencidos de que o preço para salvar a vida dos garotos era necessário, enquanto outros viam imenso risco na libertação de tantos assassinos.

Nada do que você leu até aqui ocorreu no litoral, mas multiplique cada um destes números por 11, terá o exato número imposto a Israel para a libertação de 33 reféns sequestrados e mantidos em cativeiro por quase 16 meses. Serão libertados — apenas na primeira fase — 1904 terroristas, dos quais 290 condenados à prisão perpétua (a pena máxima em Israel) por assassinatos (inclusive de bebês em seus berços), decapitação, estupro, além de explosões em ônibus, hotéis e shopping centers.

Após esta fase, sobram ainda 65 reféns em mãos dos terroristas do Hamas. Para a libertação deles são previstas mais duas rodadas de conversações, talvez gerando a  libertação de número superior de terroristas assassinos presos, julgados com direito a recursos legais, que serão trocados por inocentes que dançavam numa festa ou dormiam em casa na fatídica manhã de 7 de outubro de 2023.

As perspectivas pós-”acordo” são bastante cinzentas. Em 2011, o soldado sequestrado Guilad Shalit foi trocado por 1027 terroristas. Segundo o Shin Bet, 82% deles voltaram a atividades de terror. Um deles, Yehia Sinwar, foi o idealizador do massacre de 7 de outubro, que ceifou mais de 1200 vidas em menos de cinco horas e sequestrou 242 Israelenses de seis meses a 89 anos de idade.

No domingo (19), foram libertadas três jovens trocadas por 95 terroristas. A imprensa divulga a libertação como parte de um acordo entre Hamas e Israel, mediado pelo Catar e pelo Egito. O Professor de Direito em Harvard Alan Dershowitz não gosta da palavra “acordo” e prefere o termo “extorsão”. Ele explica: “O sequestro foi um crime e a exigência de libertação uma extorsão, o que é outro crime”. E continua: “terroristas não são limitados por moral, pela lei ou pela verdade. Eles podem assassinar sem limites, estuprar sem limites, torturar sem limites e ameaçar fazer pior. Já uma nação democrática é obrigada a cumprir as leis e a ouvir as vozes dos familiares dos reféns.”

Israel capitulou frente às demandas extorsivas de terroristas para salvar bebês sequestrados, crianças, mães e outros inocentes — a esmagadora maioria, civis.

Voltando aos supostos Fulano, Sicrano e Beltrano: libertar 173 assassinos, membros da gangue, seria aceitável para você?

Marcos L. Susskind é ativista comunitário, palestrante, guia de turismo em Israel e autor do livro “Combatendo o Antissemitismo”.

noticia por : Gazeta do Povo

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