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O ex-governador Carlos Bezerra (MDB) e a esposa dele, a secretária de Estado de Agricultura Familiar, Teté Bezerra, protocolaram pedido de recuperação judicial no valor de R$ 39,5 milhões. Na peça encaminhada à 1ª Vara Cível de Cuiabá, o casal também pede a suspensão do leilão da Fazenda São Carlos, agendado para esta quinta-feira (23), sob a alegação de que irá à falência sem a propriedade.
O documento, ao longo de 45 páginas, detalha os investimentos de Carlos Bezerra desde os idos de 1969, quando fundou seus primeiros empreendimentos. A atividade rural, porém, só foi tocada a partir da década de 1980 com a aquisição da Fazenda São Carlos, localizada à época em Diamantino e agora sob a circunscrição do município de Campo Verde.
As atividades desenvolvidas na propriedade geraram, inicialmente, lucros suficientes para a abertura da empresa de laticínios da família, que começou a sofrer abalos financeiros no fim da década de 1990, conforme narra a peça inicial. O Grupo Bezerra se viu, então, obrigado a mudar de atividade, focando na venda de bezerros.
Ao mesmo tempo, o casal se viu cada vez mais envolvido na vida pública, de modo que, segundo o pedido de recuperação judicial, o crescimento dos demais produtores da região ‘sufocou’ os lucros da Fazenda São Carlos. Além disso, os requerentes também citam a pandemia de covid-19 e a extensa lista de condenações judiciais como fatores de aprofundamento da crise financeira.
Em uma dessas condenações, a Justiça mato-grossense determinou o leilão da Fazenda São Carlos para suprir a dívida da família Bezerra com um de seus credores. No pedido de recuperação judicial, porém, o casal argumenta que leiloar a propriedade é beneficiar um único credor em detrimento de dezenas de outros, uma vez que, sem a fazenda, a família estaria ‘fadada à falência’.
Além do leilão da fazenda, Carlos e Teté tentam suspender qualquer ordem de arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão e constrição de bens considerados por eles como essenciais, a exemplo de tratores, maquinários, implementes e, principalmente, semoventes.
À causa foi atribuído o valor de R$ 39.570.692,27, que representa o montante total do passivo a ser negociado na recuperação judicial.