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Secretário de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso, Alexandre Bustamante, afirmou que as Forças de Segurança do Estado irão atuar na desobstrução das rodovias em Mato Grosso, após bloqueio de bolsonaristas que não aceitam o resultado das eleições. Bustamante disse que quer evitar “uma guerra civil”, mas que os bloqueios serão encerrados “se necessário usando força”.
Representantes do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPT), do Ministério Público Federal (MPF) e dos órgãos de segurança do Estado realizaram, nesta terça-feira (01), reunião para definição de estratégias para cumprimento de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determina o desbloqueio das rodovias. O encontro ocorreu no Palácio Paiaguás.
Em entrevista à imprensa, o secretário de Segurança Pública disse que o governador Mauro Mendes atendeu prontamente a decisão, determinando que a Segurança Pública inicie o planejamento e execute a desocupação. Bustamante disse que inicialmente pretende negociar com os manifestantes.
“A desocupação passa por um planejamento, um diagnóstico para saber como está, depois vamos negociar com todo mundo, porque tem muita gente que vai sair das estradas com a negociação, porque tem pontos que são mais frágeis, tem pontos que são mais fortes”.
Devem atuar nas ações de desobstrução todas as Forças de Segurança, como Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar, juntamente com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Federal (PF). O secretário também disse que a desocupação tomará o “tempo necessário”, com o uso “mínimo de forças”. Avaliando as ações das Forças de Segurança até o momento, já dois dias de manifestações, Bustamante disse que não houve omissão.
“Não houve [omissão], é complicado, tem diversos pontos, tem que se utilizar muita força e esperar o que está acontecendo, é normal esse planejamento, faz parte da negociação, entender o outro lado, porque está sendo feito, se vai precisar de trator para retirar terra ou não, tudo isso passa pelo planejamento, tem que ter muita calma porque entendemos que não podemos criar uma guerra nas rodovias, temos que fazer a sensibilização de todos e a desocupação será feita, se necessário usando força”.
Ele disse que o planejamento começa hoje, diferente das ações de outros estados onde as polícias já atuam na desobstrução, e acredita que é possível encerrar os trabalhos antes dos demais estados.
“Acredito na força da negociação das Forças de Segurança para poder ter o apoio da sociedade nessa desocupação, porque senão vai começar a faltar produto para a própria sociedade. Temos cidades na região norte que dependem muito da chegada de combustível, vai faltar, vai começar a faltar alimentação, acredito que essa negociação passa por isso, fazer a sociedade entender que isso afeta ela própria”.
O objetivo, segundo Bustamante, é não “usar esse movimento para fazer uma guerra civil” e que todas as rodovias serão desobstruídas “a seu tempo e a seu modo”.
“Que todo mundo colabore com a gente. Tem o momento certo de manifestar, tem o momento certo da eleição, tem o momento certo de receber a vitória. Para mim a eleição é como um torneio de futebol, a cada 4 anos tem outro, se meu time não ganhou agora pode ser que ganhe daqui há 4 anos, eu acho que um movimento que prejudica mais a própria sociedade é pior para todos”.
