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Cuiaba - MT / 18 de abril de 2025 - 10:58

"Em Paris escrevi meus primeiros livros", dizia Mario Vargas Llosa, que faleceu aos 89 anos

Vargas Llosa tinha se afastado da vida pública e se instalado há meses em Lima, de acordo uma mensagem de sua família no X, anunciando sua morte. Nos últimos meses, rumores sobre a deterioração da saúde do escritor se multiplicaram. Ele está “prestes a completar 90 anos, idade em que precisa reduzir um pouco a intensidade de suas atividades”, disse seu filho Álvaro em outubro passado.

Prolífico, o prêmio Nobel escrevia constantemente, lançando a cada ano, um novo livro e diversas publicações, entre análises políticas, coletâneas de artigos e crônicas. Sua última obra, Dedico a você meu silêncio”, foi publicada em 2023 (2024 no Brasil). Até dezembro do mesmo ano ele escreveu um editorial quinzenal para um jornal espanhol.

A vida literária não o impedia de participar da vida política de seu país, o Peru. “Vida, literatura e política formam um grande todo em MVL. Três fios da mesma trança, tão entrelaçados que um nunca se separa dos outros”, definiu a escritora e crítica literária do Le Monde, Florence Noiville.

Um “homem-caneta”

No primeiro volume de suas memórias, “Peixe na Água”, Vargas Llosa conta que desde muito jovem queria reescrever as histórias cujo final queria “corrigir”. “Na vida e na escrita, na ação e na fala, Mario Vargas Llosa sentiu-se muito cedo como um peixe na água”, escreveu Albert Bensoussan, seu tradutor para o francês por mais de cinquenta anos, em um ensaio que lhe dedicou. “Um homem-caneta”, escreveu Mario Vargas Llosa, após receber seu Prêmio Nobel em 2010, afirmando que “ainda tinha muitos projetos”.

A história do escritor sempre foi próxima da França. Desde seu primeiro conto, “El desafio”, publicado aos 20 anos, Vargas Llosa recebeu um prêmio da La Revue Française de literatura, que o convidou a Paris, para onde viajou em 1959.

noticia por : UOL

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