O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chocou líderes em todo o mundo ao afirmar, na noite desta terça-feira (4), que tem pretensões de enviar tropas para a Faixa de Gaza e tomar o território palestino, palco de uma guerra entre Israel e Hamas no último ano.
“Assumiremos o controle. Será nossa”, disse o republicano em uma entrevista coletiva na Casa Branca ao lado do premiê israelense, Binyamin Netanyahu. “As pessoas que moram lá hoje poderiam viver em paz, porque hoje elas vivem no inferno.”
A retórica expansionista de Trump tem sido constante em seu segundo mandato. Veja abaixo outros locais que sofreram ameaça de anexação pelo republicano desde o início da sua vitoriosa campanha à Presidência.
Canal do Panamá
Trump começou a ameaçar tomar o Canal do Panamá, travessia chave para o comércio mundial que liga o oceano Atlântico ao Pacífico, quando ainda era presidente eleito, em dezembro do ano passado. “As taxas cobradas pelo Panamá são ridículas, altamente injustas”, afirmou o republicano a apoiadores no Arizona. “Essa completa exploração do nosso país vai parar imediatamente.”
Em seu discurso de posse, em janeiro deste ano, Trump afirmou que tomaria o canal que já foi dos EUA e justificou seu plano com a falsa afirmação de que a China controla o local.
Desde então, o presidente panamenho, José Raúl Mulino, rejeitou as declarações do americano em uma carta às Nações Unidas e o chefe da diplomacia dos EUA, Marco Rubio, afirmou durante uma viagem ao país centro-americano que Washington tomará providências se não houver “mudanças imediatas” no canal.
Canadá
Em relação ao Canadá, as ameaças de anexação também começaram no final do ano passado, quando, durante um jantar com o primeiro-ministro Justin Trudeau em Mar-a-Lago, Trump afirmou que o Canadá deveria se tornar o 51º estado americano —algo até então que era apenas uma antiga piada nos EUA.
A provocação, revelada pela Fox News, ocorreu quando o Trump e o líder canadense conversavam sobre a possibilidade de os EUA tarifarem em 25% as importações do México e do Canadá até que os países resolvessem o que o republicano chama de “ridículas fronteiras abertas”.
O americano repetiu os planos em relação ao vizinho do norte publicamente em outras ocasiões, mas negou o uso de força militar contra Ottawa, afirmando que usaria apenas pressão econômica. “Você se livraria dessa linha artificialmente desenhada”, afirmou ele em uma entrevista coletiva em janeiro deste ano. “Seria muito melhor para a segurança nacional —não se esqueça, nós basicamente protegemos o Canadá.”
Lá Fora
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Groenlândia
Com base em relatos de um ex-conselheiro de segurança nacional de Trump na Casa Branca, a agência de notícias Reuters afirma que Trump mencionou pela primeira vez a ideia de comprar a Groenlândia, um território dinamarquês a nordeste do Canadá, em 2017. A intenção de comprar a ilha ártica, no entanto, veio a público somente em 2019 e foi amplamente rejeitada.
Ao retomar a ideia nos últimos meses, Trump cogitou impor tarifas sobre a Dinamarca caso o país resista à sua oferta e não descartou o uso de força militar para obter controle da ilha. Diante das reações negativas do país europeu e do premiê do território, o republicano insistiu no plano de comprar a ilha.
“Acho que [a questão da] Groenlândia será resolvida conosco. Acho que a teremos”, afirmou ele no final de janeiro.
noticia por : UOL