Em janeiro, MP alagoano denunciou Albino por outro assassinato e duas tentativas de homicídio. Dois meses antes, a Polícia Civil já havia apontado ele como autor de pelo menos dez mortes em um período de 10 meses — de outubro de 2023 a agosto de 2024. Todos os crimes teriam ocorrido dentro de um raio de 800 metros da residência do acusado, nos bairros Vergel do Lago, Ponta Grossa e Levada em Maceió.
Após diversas provas coletadas pela polícia, acusado confessou autoria dos crimes. Segundo o MP, das 11 vítimas assassinadas por ele, oito eram mulheres e três, homens. Atualmente, existem oito inquéritos policiais em andamento contra Albino, que foi preso preventivamente em 17 de setembro do ano passado.
Denunciado justifica ações por suposto envolvimento das vítimas com crimes, ainda conforme o MP. De acordo com a denúncia, ele associa as pessoas que assassinou a, principalmente, organizações criminosas e ao tráfico de drogas, sem qualquer comprovação.
Verdade é que a obsessão do denunciado é por vítimas que possuem um perfil físico muito consistente, que se repete, assim como o modus operandi calculista empregado: escolher, pesquisar, planejar, perseguir, trajar-se de forma específica e executá-las em período noturno, saindo a pé do local, com a frieza e tranquilidade de quem, equivocadamente, crê na impunidade. Trecho de denúncia do Ministério Público de Alagoas, apresentada em 7 de fevereiro
Tipificação de feminicídio para mulheres transgêneros tem amparo legal. Na denúncia mais recente, o MP ressalta que Louise era uma mulher trans, “sendo passível, pois, do amparo legal relacionado ao crime de feminicídio”, uma vez que “não se trata de fazer analogia, mas de aplicar simplesmente o texto da lei [Maria da Penha], cujo art. 5º refere-se à violência ‘baseada no gênero’, e não no sexo biológico”.
‘Agressivo’, ‘misógino’ e ‘justiceiro’
Acusado mantinha no celular registros das vítimas e “selfies” tiradas em frente a seus túmulos, destaca MP. Segundo o órgão, no telefone apreendido e periciado pela polícia foram encontradas pastas organizadas “com temas sobre prostitutas, notícias dos homicídios que ele havia praticado, vítimas em potencial, pesquisas das redes sociais de vítimas, postagens de amigos e familiares lamentando as mortes, até o absurdo macabro de fotografias dele, denunciado, em cemitérios, tirando selfie (autorretrato) em túmulos”.
noticia por : UOL