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Cuiaba - MT / 29 de janeiro de 2025 - 16:10

O motivo ridículo que impediu “Reagan” de concorrer a Melhor Filme no Oscar

Nenhum conservador poderia honestamente esperar que o filme biográfico de 2024 Reagan fosse um concorrente viável para Melhor Filme no Oscar de 2025. A ultraliberal Hollywood nunca poderia homenagear um filme que ousa retratar nosso 40º presidente como um herói.

Mas o que dizer do fato de que o filme era oficialmente inapto a concorrer à indicação porque não atende aos novos requisitos de diversidade? É uma mancha para a indústria que, ironicamente, catapultou Ronald Reagan para o palco público anos antes de ele concorrer ao cargo. Isso é o politicamente correto com anabolizantes.

Para ser elegível agora para uma indicação de Melhor Filme, um filme deve atender a pelo menos dois dos quatro “padrões de inclusão”.

Um deles garante que “pelo menos um dos atores principais ou atores coadjuvantes significativos (…) seja de um grupo racial ou étnico sub-representado”. A lista varia de “afro-americano” e “hispânico ou latino/e/o/x” a “ilha do Pacífico” e “sudeste asiático”.

A raça não é a única categoria aceita. Você também pode apaziguar a Academia garantindo que seu elenco, equipe ou aqueles que distribuem ou comercializam o filme sejam mulheres ou “pessoas com deficiências cognitivas ou físicas”. A lista continua, mas a intenção é óbvia: marcar todos os itens possíveis na lista aprovada pela extrema-esquerda.

Imagine o efeito assustador que isso terá em Hollywood. Alguns bons filmes certamente serão rejeitados na fase de proposta porque não se conformarão facilmente a esses “padrões”.

Considere alguns vencedores anteriores de Melhor Filme que seriam desqualificados hoje. “Patton” de 1970, por exemplo. Claro, seria historicamente impreciso fazer dos atores deste filme da Segunda Guerra Mundial um grupo multigênero e colorido, mas boa sorte para capturar o prêmio principal no Oscar de outra forma.

Ou que tal “O Poderoso Chefão” de 1972? Basta olhar para o elenco. Tão masculino, tão branco, tão hétero. Veja, essa é a única forma de fazer um filme sobre a máfia italiana em meados do século 20, mas também significa que suas chances de ganhar uma estatueta de Melhor Filme vão acordar com a boca cheia de formigas.

Ou veja “Amadeus”, de 1984. Foi preciso um ótimo roteiro, atuação e direção para montar esse conto dramático da rivalidade entre Wolfgang Mozart e Antonio Salieri. Também foi preciso um elenco muito homogêneo para uma história ambientada na Europa do século XVIII. Mas isso por si só o eliminaria como um possível Melhor Filme hoje.

Outros vencedores anteriores nesta categoria: “Annie Hall”. “Rocky“. “Kramer vs. Kramer“. “Um Estranho no Ninho”. A lista, assim como a transmissão do Oscar em si, é longa.

É verdade que Reagan não é o único a ser excluído este ano. Os “padrões” tiraram mais de 100 filmes da disputa.

Mas ninguém esperava que “Sonic 3: o Filme”, “Madame Web” e “Bad Boys: Até o Fim” ganhassem uma indicação para Melhor Filme. Reagan, por mais impopular que seja politicamente, pelo menos merecia ser indicado. O fato de Hollywood estar excluindo filmes que não se ajoelham no altar da diversidade é um comentário triste.

“Há uma perda de liberdade de expressão”, disse Dennis Quaid, o ator que interpreta Reagan, sobre as novas regras. “Nos anos 70, [Hollywood] pode ter sido enviesada para a esquerda, mas todo mundo estava tentando ser politicamente incorreto naquela época. Foi uma época animadora. Tínhamos um diálogo real com as pessoas em vez de tentar nos encaixar em um molde.”

Fazer um filme de alta qualidade não é mais o objetivo principal. Sentir-se bem consigo mesmo, sim. Você pode perder muito dinheiro nas bilheterias, mas pelo menos pode manter a cabeça erguida nas festas da moda e garantir aos seus amigos esnobes que empregou o número certo de pessoas de todas as categorias aprovadas.

Não há nada de errado em ter um elenco ou equipe diversificados. Os produtores de filmes devem ser livres para contratar a pessoa mais qualificada para cada função ou trabalho. Nada poderia ser mais americano do que seguir um sistema baseado em mérito que não exclua ninguém com as qualificações adequadas da consideração.

Mas essas qualificações devem ser limitadas ao talento ou capacidade de alguém para fazer um trabalho específico — não à filiação a uma classe especial protegida. Exigir o contrário significa instituir uma prática decididamente antiamericana: cotas. No entanto, é tão errado incluir pessoas com base em seu gênero, raça ou outros fatores quanto excluí-las.

Em 1983, Reagan sancionou o feriado em homenagem a Martin Luther King Jr. em lei. Em 2025, Hollywood está discriminando uma cinebiografia de Reagan porque ela é insuficientemente diversa.

É o tipo de farsa que daria um bom filme. Pena que não pôde vencer o prêmio de Melhor Filme.

Ed Feulner é fundador e ex-presidente da Heritage Foundation.

noticia por : Gazeta do Povo

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