O programa-piloto de três anos vai custar ao governo da Escócia £ 7 milhões, o equivalente a R$ 52 milhões. Após o consumo, o usuário poderá descansar, tomar banho, lavar as roupas e usar a sala com estantes repletas de livros e atividades de arte. O centro foi pensado com a participação de ex-usuários que apontaram as necessidades que essa população, muitas vezes em situação de rua, enfrenta.
Resistência politica
A Escócia está batalhando pela abertura do centro há mais de dez anos. O programa tem o aval do governo do país, mas a lei que descriminaliza o uso de drogas em todo o Reino Unido, datada de 1971, não foi alterada no Parlamento Britânico, apesar de inúmeros debates. O consumo de narcóticos continua, desta forma, sendo um crime.
O que permitiu à Escócia abrir esse centro foi uma decisão da corte escocesa, anunciando que não puniria os usuários do novo centro. A medida causou polêmica já que, para uma parcela da população, o espaço servirá de incentivo ao consumo.
O país, que integra o Reino Unido, tem o maior número de mortes por uso de drogas per capita em toda a Europa e o dobro da Inglaterra e do País de Gales. Cerca de 80% dos óbitos por overdose decorrem do uso dos opioides como heroína e morfina. A cocaína também é muito consumida.
Em Glasgow, cenas de pessoas injetando drogas em público e descartando seringas e agulhas são comuns. O NHS estima que mais de 500 usuários são vistos diariamente nas ruas da cidade.
noticia por : UOL