A Target anunciou o fim de suas políticas de diversidade, equidade e inclusão, tornando-se a primeira grande empresa norte-americana a tomar essa decisão desde a posse do presidente Donald Trump.
A varejista informou na sexta-feira (24) que deixará de divulgar publicamente os objetivos de equidade e inclusão que reportava há mais de uma década e encerrará programas de desenvolvimento profissional para funcionários negros “conforme planejado” em 2025, entre outras mudanças.
A decisão alinha a Target a outras empresas, como Meta, Walmart e McDonald’s, que recuaram em suas iniciativas de equidade racial e de gênero diante da pressão crescente de Trump e outros conservadores. O presidente declarou que programas destinados a reduzir a discriminação contra grupos minoritários no ambiente de trabalho são “ilegais” e assinou diversas ordens executivas em sua primeira semana no cargo para restringir tais políticas no governo federal e em empresas com contratos públicos.
A Target afirmou que está “implementando mudanças com o objetivo de impulsionar o crescimento e se alinhar ao cenário externo em evolução”.
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Muitas empresas nos EUA começaram ou ampliaram seus esforços de diversidade após o assassinato de George Floyd em maio de 2020, um homem negro desarmado morto por um policial em Minneapolis, onde fica a sede da Target, episódio que desencadeou protestos generalizados. Em junho daquele ano, a varejista anunciou um fundo de US$ 10 milhões para iniciativas de justiça social, declarando que “apoiava famílias, comunidades e funcionários negros”. Posteriormente, comprometeu-se a ampliar o número de produtos de marcas de propriedade de pessoas negras em suas prateleiras.
Na sexta-feira, uma página anteriormente chamada “Diversidade, Equidade e Inclusão” no site da Target direcionava os usuários para uma nova seção intitulada “Pertencimento na Bullseye”, apresentando sua nova estratégia para inclusão, segundo registros do Internet Archive.
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Com quase 2 mil lojas, mais de 400 mil funcionários e receitas superiores a US$ 100 bilhões (R$ 589 bilhões), a Target é uma das maiores varejistas dos EUA.
O anúncio ocorre quase dois anos após consumidores boicotarem a empresa em protesto contra sua coleção anual de produtos celebrando o Mês do Orgulho LGBT+. A empresa também informou que renomeará sua equipe de “Diversidade de Fornecedores” para “Engajamento de Fornecedores” e que deixará de participar de um ranking de ambiente de trabalho da Human Rights Campaign, um grupo de defesa dos direitos LGBT+.
Apesar disso, outras empresas continuam comprometidas com políticas de diversidade. Na quinta-feira, (23) os acionistas da Costco rejeitaram uma proposta que exigiria que a empresa divulgasse riscos legais associados à manutenção de suas iniciativas de diversidade.
noticia por : UOL