O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou o acesso a informações confidenciais de seu antecessor, Joe Biden, da ex-vice-presidente Kamala Harris e da ex-secretária de Estado Hillary Clinton, entre outros, em seu mais recente movimento contra oponentes. Hillary, em 2016 e Biden e Kamala, em 2020 e 2024 foram rivais do republicano nas eleições presidenciais.
“Determinei que não é mais do interesse nacional que as seguintes pessoas tenham acesso a informações confidenciais”, anunciou o republicano em um memorando emitido na noite desta sexta-feira (21), horas depois da chegada à sua propriedade de golfe em Bedminster, em Nova Jersey, para o fim de semana.
As revogações não têm impactos imediatos, mas representam a crescente divisão política em Washington e a busca de Trump por vingança contra oponentes.
Tradicionalmente, ex-presidentes americanos recebem relatórios de inteligência com informações confidenciais para que possam aconselhar o atual líder sobre segurança nacional e política externa. Em 2021, no entanto, Trump teve sua autorização de segurança, que dá acesso a essas informações, revogada por Biden.
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“Também instruo todos os chefes de departamentos e agências executivas a revogar o acesso não escoltado a instalações seguras do governo dos Estados Unidos para esses indivíduos. Esta ação inclui o recebimento de relatórios classificados, como o briefing diário do presidente, e o acesso a informações confidenciais mantidas por qualquer membro da comunidade de inteligência em virtude do mandato anterior dos indivíduos nomeados no Congresso”, diz Trump no memorando.
O republicano havia dito em fevereiro que planejava suspender o acesso de seu antecessor a esses documentos. Agora, além de revogar a autorização do democrata, ele também estendeu a restrição a todos os membros da família Biden.
Foram suspensos inclusive os acessos de pessoas que trabalharam no comitê que investigou os ataques de 6 de janeiro de 2021, como Liz Cheney, ex-deputada republicana que apoiou Kamala na última campanha, e Adam Kinzinger, um dos dez deputados republicanos que votaram a favor de seu impeachment após a invasão ao Capitólio.
Críticos como Fiona Hill, especialista em Rússia, Alvin Bragg, promotor de Manhattan, e Letitia James, procuradora-geral de Nova York, também figuram no memorando. Bragg e James abriram processos contra Trump, incluindo um que levou à sua condenação por falsificação de registros comerciais no ano passado, no caso envolvendo a atriz pornô Stormy Daniels, e Hill tem criticado a postura do republicano na Guerra da Ucrânia.
Jake Sullivan, ex-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, e Antony Blinken, ex-secretário de Estado, tiveram suas autorizações revogadas no mês passado, mas a lista desta sexta-feira os nomeou novamente.
Com Reuters, The New York Times e Financial Times
noticia por : UOL