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Cuiaba - MT / 22 de janeiro de 2025 - 8:50

Trump inicia mandato com 47% de aprovação, mas perdão ao 6 de janeiro é impopular

Cerca de 47% dos norte-americanos aprovam a Donald Trump em seu retorno à Casa Branca, revela uma pesquisa de popularidade realizada pela Reuters/Ipsos, divulgada nesta terça-feira (21).

O levantamento aponta para um cenário ainda polarizado nos Estados Unidos, reproduzindo o que foi observado durante toda a campanha eleitoral. Trump foi empossado na segunda (20), para seu segundo mandato, envolto em polêmicas acumuladas desde sua derrota para Joe Biden, em 2020.

A pesquisa foi realizada na segunda e terça-feira, após a posse do republicano, e ouviu 1.070 pessoas em todo o país. A margem de erro é de quatro pontos percentuais.

Mas a pesquisa também mostrou que os americanos já se desagradam com algumas das primeiras ações do presidente. Cerca de 58% dos entrevistados avaliam que ele não deveria perdoar todas as pessoas condenadas pelo ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.

A medida foi tomada horas após a posse, enquanto a pesquisa era realizada. A maioria das quase 1,6 mil pessoas acusadas foram perdoadas e 14 líderes do cerco tiveram suas sentenças anuladas.

Apenas 29% dos entrevistados aprovam a forma como Trump lida com a politização percebida do sistema de justiça. O atual presidente acusa Joe Biden de dobrar a balança da Justiça com processos destinados a impedir seu retorno ao cargo. Diz ainda que pode usar o judiciário para buscar retaliação contra seus rivais políticos.

Os entrevistados olham mais calorosamente para a abordagem de Trump em outras questões. Cerca de 46% aprovaram suas ideias para a imigração, uma questão que muitos americanos gostariam de ver como prioridade da nova administração.

Aproximadamente 58% dos entrevistados concordam com uma declaração de que os Estados Unidos deveriam reduzir drasticamente o número de migrantes autorizados a pedir asilo na fronteira, sinalizando apoio aparente às ações iniciais de Trump no cargo para suspender um procedimento que permitia pedidos de asilo na fronteira.

O republicano também declarou a imigração ilegal uma emergência nacional e tomou medidas para restringir a cidadania para crianças nascidas em solo americano.

Trump venceu a eleição de 2024 derrotando a democrata Kamala Harris por 312 a 226 no Colégio Eleitoral dos EUA, embora tenha obtido apenas 49,8% do voto popular nacional, contra 48,3% de Harris.

Os resultados da pesquisa representam uma espécie de recomeço para Trump, que começou seu primeiro mandato presidencial com 43% de aprovação — um número que subiu para 49% no final de janeiro de 2017 — mas terminou com 34% de aprovação após o cerco ao Capitólio, uma tentativa de reverter sua derrota eleitoral de 2020.

A classificação de Trump é baixa para padrões históricos, avalia Jacob Rubashkin, analista político da Inside Elections. Os presidentes dos EUA, diz, normalmente começam seus mandatos com índices de aprovação acima de 50%.

“Sim, é positivo para Trump, mas está mais ou menos em linha com o que vimos no primeiro mandato — um índice de aprovação historicamente baixo no início de uma presidência”, destaca Rubashkin.

Assim como Biden, que deixou o cargo na segunda-feira, a popularidade de Trump ficou abaixo de 45% durante a maior parte de seu primeiro mandato, chegando a 33% em dezembro de 2017. Ambos os líderes não conseguiram obter a aprovação de pessoas de fora de seus partidos e, na última pesquisa, 91% dos republicanos aprovavam a liderança de Trump, enquanto 84% dos democratas a rejeitavam.

Biden começou sua presidência com 55% de aprovação, índice que caiu rapidamente. Chegou ao fundo do poço, com 35%, na véspera da eleição de novembro, com a impopularidade do democrata amplamente vista como um impulso para a campanha eleitoral de Trump.

POUCO APETITE PELA GROENLÂNDIA

O retorno de Trump ao poder levanta a possibilidade de mudanças significativas nas relações dos Estados Unidos com seus vizinhos e com o resto do mundo, mas os resultados da pesquisa apontam para pouco apoio aos seus planos de expandir o território dos EUA ou de promulgar tarifas que possam aumentar os preços.

Apenas 16% dos entrevistados concordaram com a afirmação de que os EUA deveriam pressionar a Dinamarca a vender a Groenlândia.

Trump disse recentemente que é preciso controlar a Groenlândia, um território autônomo da Dinamarca, para garantir a segurança internacional. A Dinamarca e a Groenlândia disseram que a ilha não está à venda.

Cerca de 29% dos entrevistados acreditam que os EUA deveriam retomar o controle do Canal do Panamá, outro dos objetivos internacionais de Trump. Os Estados Unidos cederam o controle final da hidrovia estratégica ao Panamá em 1999, mas o republicano acusa o país no Caribe de ceder sua operação à China – alegações que o governo panamenho nega veementemente.

Apenas 21% dos entrevistados disseram concordar com a declaração de que os Estados Unidos têm o direito de expandir seu território no Hemisfério Ocidental.

“Trump parece estar mais focado em satisfazer seus seguidores mais fervorosos do que no público em geral”, diz John Geer, especialista em opinião pública da Universidade Vanderbilt, em Nashville.

Cerca de 38% dos entrevistados na pesquisa dizem que se identificaram pelo menos um pouco com o movimento “Make America Great Again” de Trump.

Geer disse que Trump parece estar seguindo a norma histórica em que presidentes em segundo mandato colocam mais foco em seu legado do que na opinião popular, acrescentando: “Sua lua de mel certamente será curta e ele deve aproveitá-la ao máximo”.

noticia por : UOL

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