O impacto emocional e social da matéria, somado à condição delicada de saúde da mãe de Ademir e ao sofrimento de sua filha, exige não apenas um posicionamento ético por parte da imprensa, mas também uma retratação que reconheça os danos causados.
Ademir Pereira de Andrade, um cidadão com residência fixa, histórico profissional íntegro e pai dedicado, está sendo acusado de forma leviana e sem qualquer evidência concreta. A defesa enfatiza que a prisão temporária, prorrogada sem justificativa legal, configura constrangimento ilegal e desrespeito a princípios constitucionais fundamentais.
Precisamos lembrar que não são apenas números ou manchetes; são vidas, famílias e histórias que estão em jogo. O compromisso com a verdade não é apenas uma virtude jornalística, mas um dever ético que deve nortear qualquer publicação.
Enquanto trabalhamos para reverter uma prisão arbitrária e injusta, o apelo pela responsabilidade no uso da palavra pública ecoa como uma necessidade urgente em tempos de desinformação.
O caso de Ademir Pereira de Andrade deve servir como alerta para que, em busca de manchetes, não se destrua aquilo que é mais caro a qualquer cidadão: sua honra e dignidade. Já vimos isto no caso da Escola Base e outros casos em que pessoas foram injustamente acusadas e demonstraram sua inocência, mas nunca tiveram sua boa imagem reestabelecida.
Agora, mais do que nunca, espera-se que as decisões judiciais respeitem os direitos fundamentais do acusado e que a imprensa seja um pilar de verdade, equilíbrio e justiça, ao invés de contribuir para a desconstrução de reputações sem fundamento. (Marcio Souza da Silva e Marco Aurélio Gomes de Almeida, advogados)
noticia por : UOL